No ano passado, os cinco portos de pesca do Ebrec representaram 19% das capturas de toda a Catalunha (4.107 toneladas em 21.500) e 25% das receitas da primeira venda (24.713.000 euros contra 98.272.000). Isto depois dos resultados da campanha para 2022 divulgados esta quinta-feira pelo Departamento de Ação Climática, através do Instituto Catalã de Investigações para a Governação do Mar (ICATMAR). Este acompanhamento estatístico permite apreender a evolução das capturas, as receitas económicas do setor pesqueiro catalão e o estado da frota do setor pesqueiro catalão nos últimos anos. Embora as vendas nas peixarias catalãs tenham aumentado 7,07% em relação a 2021 e a receita 2,51%, o preço médio dos produtos da pesca vendidos nas peixarias catalãs diminuiu 4,2% em 2022 em relação a 2021 e atingiu valores médios de 4,57 euros/kg.
No que diz respeito à área estritamente potável, o porto de Ràpita liderou o ranking de capturas com 2.176 toneladas e receitas, com 12.868.000 euros. Em segundo lugar está o Ametlla de Mar, com 1.220 toneladas e 7.149.000 euros. Em terceiro lugar está o de Deltebre (327 toneladas e 2.474.000 euros), seguido pelos de l’Ampolla (217 toneladas e 1.360.000 euros) e o de Casas d’Alcanar (167 toneladas e 962.000 euros). No entanto, é precisamente esta última que mais aumentou os seus rendimentos face a 2021 (em 20,68%), enquanto Rapitencs e Canárias perdem respetivamente 4,7% e 4,9%.
O relatório destaca que, apesar de menos dias de pesca efetivos em 2022, o total de capturas e a renda nos alojamentos de pesca aumentaram. 70% das capturas estão concentradas em 10 espécies. Destacam-se o bis e o polvo branco, que desbancaram a galé e a siri-azul, que estiveram entre as principais espécies capturadas em 2021.
Em relação à dependência econômica do setor pesqueiro das diferentes espécies, observa-se que 62% da receita da primeira venda está concentrada em 10 espécies. Destaca-se a importância económica das capturas de camarão rosa, lagostim e tamboril, que, sem figurarem entre as espécies mais pescadas, representam 23% do rendimento.
Trava a tendência de redução da frota
Em relação à evolução da frota pesqueira catalã que desembarca nos portos catalães, ela vem diminuindo de um máximo de 1.039 embarcações em 2002 para 552 em 2022. No entanto, observa-se que nos últimos 4 anos a tendência de redução da frota vem diminuindo .
O maior número de embarcações com 50% do total corresponde, como tem sido historicamente, à modalidade das artes menores, que contribuem com 9% das capturas e 17% da arrecadação. O próximo bloco em relação ao número de unidades corresponde à frota de arrasto que representa 37% do total de unidades, com 34% das capturas e 59% da arrecadação. Por fim, destaca-se a modalidade de cerco com 9% das embarcações desembarcando a maior quantidade de produto, 55%, o que representa 20% da arrecadação total das pousadas da Catalunha. Ou seja, o arrasto e o cerco são os motores da atividade pesqueira e a garantia do abastecimento alimentar dos produtos pesqueiros locais e, portanto, da Economia Azul das comunidades pesqueiras.
Menos dias de pesca
Há uma redução de 9,67% nas capturas de arrasto em relação a 2019. Esta redução é explicada por uma diminuição de 16,27% nos dias de pesca de arrasto por mandato do Ministério da Alimentação e Pescas em aplicação do plano plurianual da União Europeia para a pesca demersal no Mediterrâneo ocidental, e pela redução de 7,66% da frota ativa de arrasto catalão e uma otimização dos dias de camarão da frota de arrasto. Apesar da redução da atividade pesqueira, as cobranças da frota de arrasto mantiveram-se face a 2019 graças ao aumento do preço médio de primeira venda de 10,64%.
A modalidade de cerco apresenta um aumento das capturas de 13,32% o que se traduziu numa ligeira redução do preço de primeira venda.
Por outro lado, no amplo espectro do setor pesqueiro catalão, a partir de 2018, foram incorporados os chamados comitês de cogestão no marco do novo modelo de cogestão da pesca profissional na Catalunha, no qual são geridos em pé de igualdade entre pescadores, administração, cientistas e ONG. A estatística de 2022 indica que 55% da frota de artes menores participa da cogestão.
O Serviço de Assessoria Pesqueira (SAP) desenvolvido pelo ICATMAR
O Instituto Catalão de Pesquisas para a Governança do Mar (ICATMAR), www.icatmar.cat, é o órgão de cooperação entre a Generalitat de Catalunya e o Instituto de Ciências Marinhas do CSIC, vinculado à Direção Geral de Política Marítima e Pesca Sustentável, que, seguindo a sua linha fundadora, presta assessoria científica de excelência à Administração da Generalitat da Catalunha (Serviço de Assessoria Pesqueira).
Anualmente, este Serviço analisa os aspetos biológicos, económicos e sociais das principais modalidades de pesca catalãs (arrasto, pesca à linha e pequenas artes) e avalia ao longo da costa o estado biológico das espécies de pesca de referência destas modalidades (pescada, ) Foram realizadas 1.420 pescarias, mais de 390.000 indivíduos medidos e 75.000 indivíduos dissecados.
Os resultados da amostragem anual do ICATMAR permitem gerar informações sobre a biologia das espécies, mapas de distribuição de espécies e composição da comunidade marinha, analisar o impacto biológico e socioeconômico das medidas de gestão pesqueira e obter uma avaliação dos estoques pesqueiros na Catalunha que será usado para adotar medidas de gestão adaptativa da pesca com base em dados atualizados e desconcentrados.
Poderá encontrar este relatório e a restante documentação e relatórios técnico-científicos do ICATMAR no seu website: