O julgamento da falência da Agrofruit teve de ser adiado esta terça-feira, sendo já esta a terceira vez, porque neste caso a sala autorizada nos tribunais de Tortosa “não tinha volume suficiente para poder acomodar a audiência”. É o que explica Xavier Faura, advogado de defesa da empresa e um dos cinco membros do conselho de administração que não chegou a nenhum acordo financeiro para o dissociar do processo, em conversa com o ebredigital.cat. A decisão foi tomada pelo juiz de reforço que veio de Barcelona ciente de que o espaço disponibilizado não comportaria todo o volume de arguidos, advogados e procuradores durante dez horas. Finalmente, foi marcada uma nova data para os dias 23 e 27 de novembro (em duas sessões) em uma sala do Tribunal Provincial de Tarragona, onde são realizados os julgamentos do júri.
Para entender a causa, é preciso voltar a 2013. Foi quando a empresa entrou em colapso da tesouraria e o conselho de administração detectou, após iniciar investigações internas, que havia uma composição contábil de continuamente para garantir um saldo positivo, apesar as auditorias a que foi submetido. A partir desse momento, inicia-se um procedimento pré-concorrencial que termina com um acordo inesperado, entre outras coisas porque os representantes do banco aceitam um acordo de 40% e os credores outros 80%.
No entanto, apesar da retoma da atividade devido a este refinanciamento da dívida, a empresa não conseguiu continuar devido quer aos elevados custos de estrutura, quer à impossibilidade de adquirir fruta, antes de mais, porque os fornecedores habituais desconfiavam dos incumprimentos do passado e em segundo lugar, pela impossibilidade de ter liquidez suficiente para comprá-los de terceiros. É no verão de 2018 que é apresentado o pedido de liquidação da empresa, com um défice que por esta altura (e depois de várias amortizações ao longo destes anos) se teria aproximado dos 30 milhões de euros Trata-se da reclamação patrimonial pedida pelo administrador da insolvência e pelo Ministério das Finanças aos onze membros do conselho de administração (inicialmente, porque ao longo dos anos chegaram ao acordos financeiros pré-julgamento), à empresa responsável pelas auditorias, ao próprio auditor e à Agrofruit. A linha de defesa dos conselheiros ainda acusados passa por deixar claro que eles não poderiam ter conhecimento do péssimo estado da empresa diante de auditorias que não refletiam a realidade e auditorias posteriores, desde o breve momento do refinanciamento, que também não detectou o estado real da empresa.
Recorde-se que as instalações da Agrofruit foram colocadas em hasta pública. A vencedora foi uma empresa que se recusou a assumir os inadimplementos ao erário público e foi posteriormente adquirida, uma vez tomados os direitos do leilão, pela Ametller Origen.