

A estiagem reduz a safra e preços sobem entre 10 e 15% devido ao aumento do custo de produção
O pêssego Ordal também não escapa aos efeitos da seca. Os produtores desta doce fruta nativa do Penedès acreditam que este ano serão colhidos menos quilos e serão menores, embora as chuvas que caem durante o verão sejam a chave para a evolução da temporada. “Se caírem cerca de 150 litros entre junho e agosto, ainda poderemos salvar as variedades posteriores”, explicou Josep Ràfols, presidente da Associação Ordal de Produtores de Pêssego. Para as primeiras variedades de pêssego, os produtores sofrem mais.
“Não ouso dizer qual será a redução percentual na safra, mas com certeza haverá”, destacou Ràfols, que deixa claro que o aumento dos custos de produção afetará o preço do produto “Acreditamos que o aumento ficará entre 10 e 15%”, disse o agricultor.
Apesar da colheita menor que se espera este ano, Josep Ràfols garante que a fruta que vai colher será de qualidade: “Os pêssegos vão ser bons e muito doces”. Os produtores de pêssego da Ordal vão iniciar a colheita esta semana, que se prevê que se prolongue até setembro. No ano passado, foram colhidos até 500.000 quilos de pêssegos, que foram vendidos principalmente no mercado de pêssego de Ordal.
mercado de pêssego
E é precisamente na apresentação de uma nova temporada de mercado que Josep Ràfols fez o avanço da temporada. Este fim de semana será o primeiro em que os produtores de pêssego se instalarão na Plaça Subirats de Sant Pau d’Ordal, que há 18 anos é o epicentro da comercialização desta fruta nativa do Penedès.
Este ano serão sete os produtores que lá vão vender a sua colheita – além dos pêssegos trazem também outros tipos de fruta doce – embora atualmente existam nove agricultores que cultivam estes pêssegos autóctones. O número está longe do que costumava ser. “Antes só havia uma casa em Sant Pau que não tinha pessegueiros”, recorda Ràfols, que estima que existam hoje cerca de 110 hectares de pessegueiros em Subirats. Nos anos oitenta, havia mil deles. “É uma cultura que custa muito para ser rentável”, diz o presidente da Associação Ordal de Produtores de Pêssego.
Os javalis também são responsáveis pelo abandono de alguns agricultores. “É desesperador. Entram num campo e numa noite podem arrasar tudo”, explica o agricultor, lamentando as poucas medidas que estão a ser implementadas pela administração para ajudar os agricultores. Ràfols garante que há dois produtores que abandonaram a lavoura por esse motivo.
Quem segue vai aproveitar o mercado do pêssego para continuar a promover uma fruta que se tornou uma das verdadeiras embaixadoras do território. Todas as semanas mil pessoas visitam o mercado, onde se vendem caixas de pêssegos à dúzia. Há público de todas as partes, embora a maioria venha da região metropolitana. A gente de Penedes também é fã. “Antes as gentes do território não comiam pêssegos daqui, agora comem”, aponta Josep Ràfols.
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Aos produtores que vão participar no Mercado do Pêssego Ordal aos sábados e domingos de junho, julho e agosto, das 9h00 às 14h00, juntar-se-ão quatro artesãos agroalimentares locais, e uma dezena de adegas que, por sua vez, apresentarão seus vinhos e espumantes na feira.
Este ano, como novidade, foram organizadas atividades complementares aos sábados de julho, destinadas ao público familiar. Além disso, um dia por mês, The Wine Truck estará estacionado no mercado para oferecer degustações das dez vinícolas participantes do mercado. Como de costume, os restaurantes também oferecem receitas com pêssego nos meses de mercado.